
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
1950 – a Chegada do “Modelo Americano” de Gestão Empresarial

No início da década de
1950 os
mestres-de-obras europeus passaram a ter novamente um cronômetro em suas mãos,
conforme havia sido ensinado por Frederick Taylor anos antes. Nas fábricas foi
instalado um escritório com os tempos elementares de cada produto a ser
fabricado, bem como uma comissão de funcionários para avaliar a produtividade
da empresa.
A
viagem para a Europa – então denominada a “Meca da Gestão Empresarial” – tornou-se
quase obrigatória para os executivos americanos e, de acordo com o Plano
Marshall de recuperação da Europa, milhares de patrões voaram para lá a fim de
absorverem conhecimentos sobre Gestão Empresarial.
Entre as descobertas européias estão a
formação dos operários com a instrução adequada para cada função, as relações
de trabalho mais amenas, a simplificação das tarefas e a segurança no local de
trabalho. Os chefes de pessoal – muitas vezes antigos militares europeus que
serviram na 2ª Guerra – se encarregavam de organizar tudo nesse aspecto.
Porém, essas “missões de produtividade”
(como eram conhecidas nos EUA) acabaram se transformando numa ótima
oportunidade para alguns americanos introduzirem uma nova cultura de Gestão,
feita à base de pesquisa, de venda e de controle
gerencial. E, essa nova forma de Gestão Empresarial se ensina até hoje
nas escolas de Administração Americana.
Na verdade, é na área privada que o modelo americano invadiu primeiro a Europa,
pois algumas ricas famílias européias tiveram seu lar invadido pelo “living-room”, pelos frigoríficos e pelas
máquinas. No entanto, foi no início deste período que chegou da América uma
lição diferente:
Em 1954 Peter Drucker – através
do seu livro Gerenciamento na Prática – permitiu
às pessoas aprenderem a dirigir algo que somente aos gênios era possível e que
não se conseguia reproduzir (o gerenciamento). Este livro é um marco na história da Gestão Empresarial,
não só pelas idéias que fornece como pelo papel central no século XX que
atribui à disciplina.
Numa
das frases mais memoráveis da literatura desta área, Drucker afirma: “Só há uma definição válida do objetivo de um negócio:
criar um cliente”. Dessa forma, Peter Drucker acabou criando uma nova
disciplina no aprendizado – o “management”.
A partir de então, todos os gurus do
planeta encontraram sua inspiração empresarial neste idoso consultor de
empresas, cujos conceitos são clássicos até hoje como a gestão por objetivos – por exemplo – que só seria difundida 10 anos
depois de lançada.
Dessa forma, inúmeras empresas
americanas passaram a fixar objetivos específicos às pessoas, as quais deveriam
agora prestar contas do seu desempenho no fim de um período. Mesmo princípio ao
nível dos departamentos, das divisões, dos setores, etc. A gestão por objetivos
– explicava Drucker – garante o rendimento e transforma necessidades objetivas
em ambições pessoais. Esta é a verdadeira liberdade. Uma liberdade com lei –
dizia Drucker.
Foi uma década rica na literatura de
negócios americana, a qual ficou marcada pela “Escola das
Relações Humanas” fundada anos antes. Nesse período o psicólogo Abraham Maslow
fazia sucesso com seu livro “Motivação e Personalidade”, conhecido por uma contribuição fundamental para a
compreensão da natureza e da psicologia humana nas organizações – a hierarquia
das necessidades – conceito que Maslow lançara em 1943. Segundo ele, existia
uma escala ascendente de necessidades que devem ser satisfeitas, sob pena de as
pessoas não se motivarem.
Em
1959 Frederick Herzberg lançou seu livro –
A Motivação no Trabalho – perguntando
a 200 engenheiros e contabilistas o que lhes agradava e desagradava no seu
trabalho. Desse inquérito nasceu a famosa distinção entre fatores higiênicos e motivacionais,
provando que os fatores que nos dão satisfação não são necessariamente iguais
aos que conduzem à insatisfação.
Fechando
a década, em 1960 Douglas McGregor
apresentou duas descrições do pensamento dos gestores empresariais: a teoria X (os trabalhadores são, por natureza, preguiçosos) e a teoria
Y, no outro extremo, baseada na premissa de que as pessoas querem e
precisam trabalhar.
O Movimento Pelas Relações
Humanas no Trabalho
Esse movimento surgiu como uma
reação ao mecanicismo que imperava nas organizações à época. A elevação das
pessoas à preocupação fundamental dos gerentes passou a ser um marco na
história da Gestão Empresarial. Tudo começou com a pesquisa empreendida por
Elton Mayo, entre 1927 e 1932 na fábrica da Western Electric, em Hawthorne,
Chicago.
Estudando as atitudes e os
comportamentos dos seus trabalhadores, Mayo descobriu que a produção melhorava
quando os trabalhadores acreditavam que os gestores se preocupavam com o seu
bem-estar. Apaixonado pelos estudos, Elton Mayo defendia que a auto-estima era
vital para o bom desempenho dos funcionários. Ele alertou para a necessidade de
existirem “canais de comunicação” entre os trabalhadores e a direção, para que
os indivíduos e os grupos se identificassem com os objetivos da empresa.
No entanto, o melhor desses estudos só
viria a ser aproveitado nos anos 50, quando surgiu nos Estados Unidos um grupo
de pensadores — mais tarde chamado “Escola de
Relações Humanas” — cujas figuras centrais são Douglas McGregor, Abraham Maslow e Frederick Herzberg.
Ao psicólogo social Douglas McGregor
deve-se uma das maiores contribuições para o
estudo dos fatores de motivação, a teoria X e Y. A teoria X defendia
que os trabalhadores eram por natureza preguiçosos, necessitando por isso ser
supervisionados e motivados, pois para eles, o trabalho era um mal necessário.
Por outro lado, a teoria Y defendia que as pessoas queriam e precisavam
trabalhar.
Quando morreu, em 1964, McGregor
trabalhava na formulação da teoria Z, que
visava fazer o encontro entre as aspirações individuais e da empresa. Já Abraham
Maslow trabalhava na pirâmide da hierarquia
das necessidades, que tem como base as fisiológicas (abrigo,
alimentação, calor) e como cume as de auto-realização. Assim que uma
necessidade está satisfeita, ela deixa imediatamente de ser um motivador. E o psicólogo
Frederick Herzberg identificava depois os fatores
higiênicos (ou de motivação), tais
como as necessidades econômicas básicas, se opondo aos fatores motivacionais,
os quais são dirigidos a aspirações mais profundas. Bons fatores higiênicos são
necessários, mas não suficientes, para motivar as pessoas.
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Na atualidade os funcionários de call center, principalmente atendentes, tem tempo médio para atendimento de é no máximo 2'e 38". Este atendente tem que solucionar problemas gerado pela empresa, pelo cliente que muitas vezes não sabe utilizar a ferramenta e ainda ambos desconhecem a legislação. Pergunto: houve mudança de paradigma de Taylor até hoje?
ResponderExcluirOlá.........
ExcluirAgradeço seus comentários........
Nos últimos anos temos presenciado uma razoável evolução nos processos gerenciais, onde algumas empresas vêm implementando programas de desenvolvimento de competências com alguns bons resultados. Por outro lado, também observo que o paradigma taylorista ainda impere em muitas organizações.