quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Supermercado Médio: o Ponto de Venda Ideal do Brasil Moderno
Nos
últimos anos, o setor de supermercados no Brasil vem refletindo as estratégias
das empresas líderes do setor que envolvem grandes investimentos em expansão,
internacionalização do capital, busca de maior participação no mercado,
segmentação de formatos e expansão das áreas geográficas de atuação.
Paralelamente
a essas políticas, as organizações líderes também vêm procurando maximizar a
sua eficiência operacional e fidelizar o consumidor, ora oferecendo um formato
de loja adequado e um atendimento diferenciado, ora agregando alguns serviços como
entregas em domicílio e cartões para clientes preferenciais.
Com
essas ações, as maiores empresas vêm avançando sobre os segmentos de mercado
que, em geral, são atendidos por empresas de menor porte. Dessa forma, há
necessidade destas empresas menores reagirem a essas ações a fim de permanecerem
no mercado e sobreviverem.
Sendo
assim, este texto se propõe a apresentar alguns dos principais movimentos que
vêm sendo realizados pelas empresas menores com este objetivo.
A Presença das Empresas Menores no
Setor.
Não
obstante a atuação cada vez maior das grandes empresas do setor de
supermercados há que se destacar a importância das pequenas empresas varejistas
para o atendimento das necessidades de compras da população brasileira.
Nesse
contexto, destacam-se as mercearias
– onde se vendem gêneros alimentícios –, as quitandas que são pequenas mercearias, os mercados – lojas onde se vendem gêneros alimentícios e outras
mercadorias – e os supermercados que
são lojas de vizinhança localizadas em bairros e com área de vendas, em geral,
superior a 350 m² .
Esses
últimos – os supermercados – trabalham com o conceito de auto-serviço,
contemplando um mínimo de dois check-outs
(saídas de caixa). Os produtos que comercializam são, especialmente, alimentos
– nos setores de mercearias – como carnes, frios, laticínios e
hortifrutigranjeiros, além de artigos de uso e consumo imediatos.
Eles
apresentam alto giro de suas mercadorias e baixa margem de lucro, mantendo seus
preços competitivos.
No
Brasil, conforme pesquisa de 2000 realizada pela ABRAS (Associação Brasileira
de Supermercados), de 4.469 municípios em que foi realizada a pesquisa – que
corresponde a 95% do poder de consumo do país - 1200 municípios não possuíam
supermercados.
Dessa
forma, pode-se afirmar que uma parcela expressiva do mercado ainda não é
atendida pelos supermercados, dependendo de formatos de lojas ainda menores,
como os anteriormente citados.
O
setor de supermercados, no Brasil, é composto por quase 19 mil empresas, e, de
acordo com a ABRAS, as empresas com número médio de até 7 check-outs participam com 61,1% do total de lojas.
O Fortalecimento do Varejo Brasileiro.
No
Brasil, o movimento de fortalecimento do varejo independente é significativo e tudo
leva a crer que vai crescer ainda mais, somando várias iniciativas, pois as lojas de vizinhança estão conquistando
a preferência do consumidor. Vários indicadores reforçam essa observação.
O
setor atacadista / distribuidor que abastece o auto-serviço com até quatro
check-outs – além de mercearias, bares e padarias – registrou 11% de
crescimento real em 2002 e 12,17% no primeiro quadrimestre deste ano, segundo
informa o Banco de Dados da ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e
Distribuidores, por conta do aumento da demanda desse nicho de mercado não
coberto pelas indústrias.
O
Ranking da BRAS de 2003 – que ouviu cerca de 500 empresas de supermercados – constatou
que os supermercados vêm investindo em lojas com área de vendas cada vez menores.
A
preferência pelo supermercado de bairro ficou
evidente em todas as categorias avaliadas pela ABRAS, mas o maior crescimento
de participação de lojas no ranking ocorreu no segmento de até 250 m2 .
Na
outra ponta, a participação de lojas com mais de 5 mil m2 sofreu pequena
redução, de 0.7 ponto porcentual.
As
lojas de vizinhança são o
ponto-de-venda mais visitado pela maior parcela da população – a classe C – que
tem um perfil de compras picadas e mais freqüentes, e não dispõe de carro (pelo
menos metade dela).
Não
é à toa que depois do boom dos hipermercados, os líderes
Carrefour e Pão de Açúcar apontam agora sua mira para as lojas menores. Segundo
fontes, a rede de origem francesa planeja abrir cerca de 100 lojas de pequeno e
de médio porte no Estado de São Paulo.
Já
o Grupo Pão de Açúcar continuará investindo nas lojas de bandeira Barateiro,
para ocupar a faixa do mercado de menor renda.
As
lojas de vizinhança também vêm
conquistando espaço pelas mãos da rede Econ, que iniciou as operações na Grande
São Paulo em 2000, seguindo o conceito europeu de "hard discount", e
pretende fechar o ano de 2003 com 120 lojas e praticamente dobrar esse número
até 2005.
A
expansão de lojas de vizinhança
deverá acirrar a concorrência no mercado varejista e, por esse motivo,
iniciativas que fortaleçam o varejo independente, estimulando o seu
desenvolvimento e a sua profissionalização, são cruciais para a sobrevivência
desse segmento de mercado.
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