segunda-feira, 6 de junho de 2011
As Transformações no Trabalho: da Mão-de-Obra ao Capital Humano
O Que Faz Diferença Para Uma Organização? São os Recursos Financeiros? Suas Instalações e Equipamentos? Ou a Tecnologia?
Há menos de cem anos nossos avós presenciaram o “êxodo rural”, onde a mão-de-obra operária abandonou as cidades do interior do Brasil a fim de arrumarem empregos nos grandes centros urbanos como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e outras capitais.
A mecanização no campo diminuiu dramaticamente a necessidade do trabalho humano, pois atualmente – apenas para obtermos uma idéia do problema – uma colheitadeira substitui cerca de cem “bóias-frias” e aí eles passaram a ser denominados de “sem-bóias”, parodiando os “sem-terras”, “sem-tetos” e outros desprovidos.
Muitos desses avôs acabaram sendo expulsos do campo e, conseqüentemente, de “operários da terra” acabaram se tornando “operários das fábricas” nas grandes cidades. Mas, quando isso ocorreu, eles não tiveram muitos problemas porque a maioria tinha as mãos fortes, eram obedientes e tinham uma saúde “de ferro”. Na verdade, era exatamente isso que bastava tanto para o dono das terras quanto para os donos das indústrias.
Naquela época não se exigia deles melhoria educacional alguma. Eles tinham consciência de que não estavam sendo pagos para pensar, pois sabiam cumprir a rotina das suas obrigações e se especializaram em tarefas específicas. A maioria torceu para se aposentar naquele emprego depois de trinta anos de trabalho.
Mas, se os nossos avós estivessem vivos hoje, eles seriam denominados de “sem-fábricas”. Aconteceria a eles o que está acontecendo a milhões de pessoas em todo o mundo; ou seja, eles seriam “expulsos” das indústrias, dos comércios e das empresas de serviços em função das falências, reengenharias, downsizing ou outras técnicas de Administração contemporânea.
Para que serviriam hoje suas mãos fortes, calejadas ou mesmo suas índoles obedientes? Fugiriam da roça para onde? Por falta de educação básica adequada aos novos tempos, existem milhões de trabalhadores sem destino profissional no Brasil e no mundo. Diante disso, perguntamos: - O que está sendo feito para minimizar esse problema?
Vejo alguns políticos afirmarem que programas de abertura de “novos empregos” estão sendo implantados. Mas sob muitos pontos de vista, políticas para enfrentar o êxodo industrial só terão resultados se questionarmos o modelo em sua essência, pois a melhor resposta não virá da pergunta: “Como aumentar o nível de emprego?”. O desafio é muito maior e a questão é: _ Por que falta emprego se há tanto trabalho a ser feito? Por que as empresas não encontram funcionários que estão procurando? Por que as pessoas não encontram o trabalho que desejam?
A melhor resposta só virá das seguintes perguntas: O que as pessoas estão fazendo para se qualificarem? Qual é o nível de sua escolaridade? O que essas pessoas podem contribuir com seu saber? Que cursos, conhecimentos e aptidões elas possuem? Como as empresas podem aproveitar esse talento?
Vejamos as seguintes questões: _ O faz a diferença em uma empresa? São as instalações? Os equipamentos? A tecnologia? O sistema de gestão? Até a poucos anos acreditava-se que uma empresa era um conjunto de recursos financeiros, materiais e tecnológicos. Mas, atualmente pode-se afirmar que o que faz enorme diferença numa empresa são as pessoas. Ou seja, o Capital Humano.
São os funcionários preparados, que têm competências que são qualificados e têm motivação para trabalhar em equipe. E exatamente por isso eles têm muito valor para as organizações, constituindo-se assim em ótimos ativos para as empresas – o melhor Capital Humano.
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